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15 de novembro de 2010

Considerações finais

Ao consolidar este trabalho de conclusão de curso compreendo o quanto toda a trajetória foi importante para o meu crescimento pessoal e profissional, principalmente no que diz respeito a minha perspectiva como estudante e como educadora. O curso proporcionou no decorrer destes quatro anos um construção de conhecimento aliado a busca constante de (re)significações, de aprendizagens construídas através das interdisciplinas apoiadas em abordagens teóricas. Todo este trabalho me fez refletir e compreender de forma mais clara o cotidiano escolar e observar com mais atenção o contexto atual percebendo a educação como um meio de termos cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de agir com competência e responsabilidade.

Quero destacar a interdisciplina do Seminário Integrador pois foi aí que deu-se a articulação com as demais interdisciplinas, articulando as demais, que possibilitou o desenvolvimento da escrita com mais autonomia através dos registros, assim como a compreensão interdisciplinar que se deu com base nos trabalhos solicitados nos eixos, foi também esta interdisciplina que me fez crescer no momento em que precisávamos preparar nossa apresentação no fechamento de cada semestre.

Outro aspecto importante é em relação a adequação do uso das tecnologias, bem como, a reorganização do uso do tempo, pois a modalidade de ensino à distância trouxe perspectivas novas, modelos de aprendizagens mais autônomos que exigiram de nós alunos atitude e disciplina. Tudo isso aliada as minhas experiências anteriores contribuíram para formação de novos conceitos possibilitando-me reconhecer novos horizontes, vencendo desafios que nos deparamos diariamente, assim como ter um novo olhar no mundo em que estamos inseridos. Isso pôde ainda ser visto através das experiências, leituras, reflexões, estudos, participações em fóruns, e quando relembro todo este processo e também a riqueza cultural existente em cada professor, passo a acreditar que nossa educação pode melhorar muito, se cada um de nós colocarmos de em prática o que aprendeu.

Assim sendo, diante das inquietações sobre as dificuldades de aprendizagem em situações vivenciadas anteriormente, ainda que o estágio tenha sido meu primeiro contato com a educação infantil, surgiu a idéia inquietante de realizar o meu TCC objetivando uma pesquisa que pudesse refletir e aprofundar meus conhecimentos a respeito de como se dá o processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança.

Diante disso, após a formulação de várias perguntas chegou-se ao tema central: “O lúdico no desenvolvimento da aprendizagem da criança de quatro anos” que passou a ser o foco central do curso neste semestre, e um trabalho, que no meu ponto de vista implica em muita responsabilidade, pois é aqui que precisamos concentrar de forma eficaz e com qualidade toda esta aprendizagem. “A construção do conhecimento ou a produção do conhecimento implica o exercício da curiosidade [...] convoca a imaginação, a intuição, as emoções” (FREIRE, 1996, p. 87-88).

Fica a sensação do dever cumprido de ter vencido mais um etapa, de ter convivido com todos, fica a saudade, mas vem neste momento a noção da responsabilidade que assumimos. Agradeço a Deus, aos mestres, professores, tutores, colegas, a UFRGS e a todos que colaboraram durante esta caminhada, com a minha aprendizagem. O meu muito obrigada!

7 de novembro de 2010

Desafios, descobertas, inconclusões e aprendizagens

Revendo os Eixos 7, 8 e 9 enfatizando o semestre passado nas interdisciplinas de Seminário Integrador VIII e Estágio Supervisionado Docência 0 a 5 anos no momento em que estou escrevendo o TCC, percebo que este culmina com a escrita de toda essa caminhada do que foi aprendida.

Diante disso, o início de meu estágio foi marcado por uma falta muito grande de um Norte. O fato principal que causou esta perda deve-se a razão de que a escola não tinha nenhum tipo de projeto pedagógico ou documento que servisse de base para minha prática. Partindo deste ponto a arquitetura de minha prática formou definitivamente quando eu pude sentir que tipo de situação e que tipo de realidade eu estava vivenciando, e a partir daí adequar meus objetivos a realidade em que estava exposta.

Algo que me chamou atenção em toda essa conceituação do meio em que eu estava inserida, foi o fato de que o espaço escolar era tido por praticamente todos os envolvidos como um local para deixar as crianças para que os pais pudessem trabalhar. A vivência escolar como fonte de conhecimento e aprendizagem quando existia, ficava em segundo plano. Esse é sem dúvidas o ponto mais pertinente de todo o estágio, pois é através dele que posso perceber os maiores impactos e conseqüência que marcaram esta prática.

Podemos tomar como exemplo a primeira impressão ao chegar e ao conversar com a direção percebi a visão tradicional presente com a denominação ou identificação de creche, como um local ligado às características do tipo do cuidado oferecido à criança fora da família. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), a Educação Infantil

Na condição de primeira etapa da Educação Básica, na medida em que passa a ter uma formação específica no sistema educacional: a de iniciar a formação necessária a todas as pessoas para que possam exercer sua cidadania. Por sua vez, a definição da finalidade da Educação Infantil como sendo o “desenvolvimento integral da criança até 6 anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade e do poder público. (Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil - Volume 1, p. 32)

De modo geral, vários autores enfatizam, que todas as crianças podem aprender nesta faixa etária tendo um peso significativo para o seu desenvolvimento,

(...) as relações educativas do cuidar e educar são de fundamental importância, tendo em vista os direitos e necessidades próprios das crianças no que se refere à alimentação, à higiene, à proteção e ao acesso ao conhecimento sistematizado. (CAMPOS; FULLGRAF; WIGGENS, 2004).

Com esta perspectiva no planejamento didático pedagógico, considerando o desenvolvimento integral da criança com o tema “Eu e o meio em que vivo” para toda a comunidade escolar procurei estruturar os objetivos articulados aos subtemas e consequentemente aos conteúdos trabalhados como o município, identidade, família, escola, higiene, meio ambiente e alimentação, entre outros. Para desenvolver o planejamento concomitantemente com a rotina diária da escola, busquei promover a interdisciplinaridade, tendo como fio condutor atividades lúdicas através do movimento, música, artes visuais, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade, matemática, jogos e brincadeiras, de forma que os conteúdos não fossem trabalhados fragmentadamente, evidenciando a articulação e a relação entre as abordagens dos temas. Fiz uso de dinâmicas, músicas, trabalhos artísticos, manuais, pintura, como construção de brinquedos com sucata, pintura em caixas de MDF, a construção da maquete da sala de aula, álbuns, cartazes, máscaras, recortes, colagens, trabalhos com papel amassado, picado, massa de biscuit,...

Inovar e unir teoria a prática não é tarefa fácil, segundo Vygotski “É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência”.

Procurei potencializar ações pedagógicas, para integrar o conhecimento com as ações práticas das crianças dando ênfase ao papel da criança como principal autor do seu conhecimento, abordando conteúdos próprios para esta faixa etária (4 anos), partindo dos conhecimentos prévios, pois como ser social a criança esta inserida em grupos do qual absorve valores e aprendizagens. Portanto é fundamental respeitar sua linguagem, sua expressão, suas vivências e experiências. Assim sendo, jogar, brincar, movimentar-se são ações indispensáveis no ato de aprender e ensinar nesta fase em que as crianças se encontram, através da vivência desenvolvem-se vínculos afetivos fundamental na educação da criança, é a base do desenvolvimento psicomotor, emocional, racional, cognitivo e afetivo.

Destaco ainda a importância de tornar a escola, a sala de aula um local de “encantamento” oportunizando a interação, onde todos pudessem sentir-se incluídos, amados, através do respeito, da socialização, da exploração da criatividade, da interação com o meio sobre os objetos de aprendizagem, despertando o interesse a iniciativa, a ação e gosto pelo aprender elementos importantes, possibilitando assim, aprendizagens significativas na construção do processo ensino aprendizagem.

Os jogos e brincadeiras sempre estiveram presentes e articulados a prática no decorrer das aulas, pois brincar faz parte do desenvolvimento integral da criança, respeitando seus direitos, buscando construir sua autonomia, sua identidade, numa perspectiva para o desenvolvimento e aprendizagem no contexto infantil, de forma acolhedora, prazerosa, onde a criança possa brincar, criar, recriar, descobrir..., sentindo-se estimulada e independente na construção de aprendizagens significativas.,” Um fato interessante foi quando num certo dia o aluno “M” comentou “a mãe não sabe que agora é escola que não é mais creche, que a gente estuda”.

A escola não dispunha de uma organização curricular conforme estabelece a legislação brasileira, não existiam planos de estudo ou trabalho. As poucas informações foram verbais. O tema para trabalhar durante a prática de estágio foi sugerido pela diretora, pois neste período letivo, a proposta de trabalho, para todas as turmas seria abordar o mesmo tema. Procurei desenvolver meu trabalho pautado no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, nos RCNEI, na LDB (Lei 9.394/96), nas reflexões das aulas, com embasamento teórico Piaget, Vygotsky, Freire, e outros.

Assim sendo, é importante o planejamento com embasamento teórico como parte integrante do processo, que nos remete a ação-reflexão-ação no dia-a-dia, permitindo também retomada das nossas atitudes e mudanças de concepções que se fazem necessárias, como profissionais da educação Não podemos ficar indiferentes, precisamos conhecer nossos alunos, o contexto em que se inserem, a dinâmica dos acontecimentos sócias e globais, do contrário fica difícil desenvolver um trabalho em que o aluno seja protagonista de sua própria história.

A criança é um ser ativo, que atribui significado ao mundo e a si mesma, chega a escola com certezas, hipóteses, ansiosa para por em prática seus conhecimentos, assim como em busca de novidades, com atitudes de disponibilidade, prontidão, tem necessidade de estar presente, vivenciar, interagir com o meio, contudo precisa vencer etapas e realizar sistematizações oportunas permitindo construir novos conhecimentos, pois o caminho não é linear, daí a importância do papel do professor como mediador possibilitando condições para que ela possa ampliar seus conhecimentos através da realização de aprendizagens significativas voltadas para a formação de indivíduos críticos, autônomos, independentes, solidários....

Toda essa movimentação diferenciada foi percebida pela comunidade escolar (pais, alunos, direção e funcionários), nas suas falas me convidando a continuar na escola, bem como, me procurando para que emprestasse materiais e dividisse estas experiências, foi gratificante porque daí pude ver a diferença na prática. Nunca havia trabalhado com Educação Infantil anteriormente, este foi um desafio e talvez tenha sido esta minha maior inovação no que se refere a minha prática pedagógica, concluindo com uma grande aprendizagem

Creio que a marca do estágio na escola foi, conseguir motivar, contagiar o meio mostrando que é possível planejar e desenvolver variados tipos de atividades dirigidas e livres sem se limitar ao uso da folha mimeografada, xerocada, enriquecendo o trabalho escolar, percebendo-se como escola de Educação Infantil.

De todo o convívio, de todos os sentimentos gerados no estágio, o ápice se refere a prática com as crianças, foi o fato de que elas mesmas perceberam que a “aula” estava diferente. Por parte dos colegas, além do convívio e colaboração que tiveram comigo, penso que o mais interessante tenha sido esta conscientização na mudança de postura perante seu papel como educador-mediador. Mas o mais inovador de tudo é saber que a direção da escola passou a se reunir com a intenção de formar a proposta pedagógica. Segundo Freire [...] "a práxis, porém é a ação e reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo” (1983, p.40). Portanto, não estamos no mundo simplesmente para nos adaptar a ele, mas a função da prática é agir sobre o mundo e transformá-lo. Apesar de todas as dificuldades vivenciadas como educadores, é necessário não se descuidar da missão de educar, "pois se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tão pouco a sociedade muda." (FREIRE)

1 de novembro de 2010

Revisando os Eixos VII, VIII e IX iniciarei pela interdisciplina Seminário Integrador VII, onde foram finalizados os PA’s iniciados no Eixo VI, paralelamente ao espaço para reflexão e registros das atividades e suas implicações na prática pedagógica.

O projeto desenvolvido pelo nosso grupo abordou o tema - Enchentes -, devido as enchentes estarem mais frequentes atualmente no município de Itati e nos municípios vizinhos.

Iniciamos o trabalho com uma pergunta ampla e, através das orientações da professora chegamos a pergunta central. Inicialmente surgiram muitas certezas e dúvidas, no decorrer do processo percorremos diversos caminhos para que pudéssemos contemplar os objetivos, as metas estabelecidas no projeto. Paralelamente foram sendo construídos novos conhecimentos em parceria com o grupo, assim como com todos os que contribuíram para que pudéssemos esclarecer/solucionar dúvidas acerca da complexidade do tema abordado.

Os conceitos expostos através do mapa conceitual foram de fundamental importância para compreensão dos fatos decorrentes das enchentes, o tema deste trabalho surgiu do interesse do grupo, desenvolvido com a colaboração e cooperação mediado pelo professor orientador, possibilitando ao grupo a construção da aprendizagem com autonomia, assim como transformando e aperfeiçoando novos conhecimentos.

A idéia é de que o aluno “precisa aprender a entregar-se com alegria a aventura de soltar a imaginação e a inteligência para criar e construir o novo, sempre disposto a reconstruir, na medida em que atende a relatividade do produzido” (Magdalena e Costa, 2003, p. 93).

Relacionando com o TCC, a questão norteadora deve ser clara e estar de acordo com as necessidades e interesses do aluno, é o ponto de partida do que se deseja pesquisar.

Só buscamos respostas quando temos uma pergunta, só procuramos alguma coisa quando sentimos necessidade e temos uma idéia acerca do que queremos encontrar. É a natureza da questão que levantamos que determina o que precisamos buscar, o que investigar. (Magdalema e Costa, 2003)

Diante disso, uma vez formulada a questão norteadora, partindo dos conhecimentos prévios fomos construindo novos conhecimentos ligados aos processos que contribuem no desenvolvimento de aprendizagens significativas, acerca de determinada área de acordo, é claro, com a proposta de pesquisa.

O objetivo final de toda essa caminhada somente agora torna-se mais visível, é como se tudo o que fizemos pudesse ser percebido e tivesse fundamento direto no estágio realizado no último semestre, bem como o Trabalho de Conclusão do Curso ( que ainda está em andamento), percebo agora a riqueza cultural proporcionada através do PEAD o quanto foi importante, para o meu crescimento. Nas palavras de (Freire, 1996, p.136) “ A experiência da abertura como um ser inacabado, da inquietação e curiosidade a procura de explicação, de respostas a múltiplas perguntas em permanente movimento no mundo,não sou apenas objeto da historia mas sou sujeito igualmente.